Três anos depois de terem entrado em operação no mar portugês, as três turbinas do primeiro parque eólico offshore flutuante em Portugal – Windfloat Atlantic – já produziram eletricidade suficiente para abastecer o equivalente ao consumo de 60 a 65 mil casas. De acordo com a Ocean Winds, que opera o projeto, “a produção está 5% acima do previsto”.
No início de julho, o Windfloat Atlantic chegou mesmo a registar uma produção recorde no espaço de uma semana, durante a qual atingiu mais de 4 GWh.
“Desde 2020, quando o Windfloat Atlantic foi ligado à rede, a produção acumulada de atingiu 222 GWh”, mostram os mais recentes dados divulgados ao Negócios pela Ocean Winds, a joint venture criada pela EDP e pela francesa Engie para desenvolver projetos eólicos offshore em Portugal e também noutras geografias, tal como França e Reino Unido.
Com um tempo esperado de operação de 25 anos, o parque eólico offshore opera num regime de projeto pré-comercial e está localizado a 20 quilómetros ao largo de Viana do Castelo, numa zona-piloto reservada, de acordo com a lei de ordenamento do espaço marítimo nacional, “para o desenvolvimento de projetos pré-comerciais”.
Nos primeiros oito meses de 2023, de janeiro a agosto, as três turbinas com 30 metros de altura e 8,4 MW de capacidade atingiram uma produção acumulada de 48,3 GWh de energia limpa. Em cada ano, a potência instalada do Windfloat Atlantic (25 MW), permite abastecer 25 mil casas, o tamanho de uma cidade como Viana do Castelo. Além disso, permite também evitar a emissão de 33.000 toneladas de CO2 por ano.
O WindFloat Atlantic foi o primeiro parque eólico offshore flutuante semi-submersível do mundo a entrar em operação e baseia-se no protótipo WindFloat1 de 2 MW, que funcionou com êxito entre 2011 e 2016 ao largo da costa de Aguçadoura (zona do Porto, em Portugal).
Portugal já definiu a ambição de instalar 10 GW de energia eólica offshore em Portugal até ao final da década, sendo que o primeiro leilão avançará ainda este ano com 3,5 GW e sete lotes a concurso: dois lotes na zona de Viana do Castelo Norte (1 GW), um na zona de Leixões (500 MW) e quatro na zona da Figueira da Foz (2 GW). De acordo com o Governo, o leilão “será aberto até ao final de 2023, iniciando-se com uma fase de pré-qualificação, de duração não inferior a três meses”, o que o atira já para os primeiros meses de 2024.
Esta primeira capacidade eólica a instalar no mar português será “sujeita a um ou mais procedimentos concorrenciais”, referiu o documento do grupo de trabalho, acrescentando que “a restante capacidade deverá ser atribuída em fases subsequentes, até 2030, perfazendo 10 GW”.
No total serão 20 os lotes para 9,8 GW de potência instalada em sete zonas (Viana do Castelo Norte e Sul, Leixões, Figueira da Foz, Ericeira, Sines Norte e Sul) que se estendem por 3.124 km2 (menos 8% do que na proposta anterior). Da proposta foram eliminadas as zonas de Matosinhos e Sintra/Cascais.
Até setembro, o grupo de trabalho irá ainda aprofundar os modelos de procedimento concorrencial a realizar, em diálogo com os potenciais interessados, refere o mesmo comunicado. De seguida, será “aberto o período de manifestação não vinculativa de interesse” para as empresas que já estão na corrida ao leilão, entre elas a Ocean Winds.
A joint venture da EDP e Engie tem um portefólio eólico offshore total de 16,6 GW portfolio, dos quais 2 GW estão já em construção em França e no Reino Unido e deverão começar a funcionar em 2025-2026, de acordo com a EDP Renováveis.
Fonte: Portugal Global