Transformação digital vai representar 50% do investimento nacional até final de 2025

[28/09/2023]

O ‘country manager’ da IDC Portugal, Gabriel Coimbra, destacou esta quarta-feira à Lusa que a transformação digital vai representar, em Portugal, metade de todo o investimento nacional em tecnologias de informação e comunicação (TIC) até final de 2025.

Este é um dos dados que serão apresentados no evento IDC Directions 2023, que terá lugar na quinta-feira.

“Todos os dados são relevantes, mas se tiver que escolher um, aponto para este: em Portugal, a transformação digital vai representar 50% de todo o investimento nacional em TIC até o final de 2025”, afirmou o também vice-presidente do grupo.

“Este indicador mostra que, tal como, nas economias mais sofisticadas, já vemos em Portugal, principalmente nas grandes e médias organizações uma preocupação muito grande com o digital”, acrescentou.

“Os decisores de topo reconhecem que, em determinado momento, as transformações devem ser substituídas por uma meta maior e mais significativa a longo prazo, ou seja, por negócios digitais”, admitiu, referindo que “a transformação digital cria soluções que permitem transformar o negócio, criar novos modelos de negócios baseados na utilização de tecnologias digitais, que utilizam o digital e que vão permitir melhorar ao nível dos processos internos e externos, bem como a experiência do utilizador e a relação com clientes, cidadãos, fornecedores e parceiros”.

Estas soluções tecnológicas “vão ajudar na forma como as organizações atraem, gerem e retêm colaboradores e, claro, como desenvolvem os seus produtos, serviços e experiências”, considerou Gabriel Coimbra.

Este ano, o setor vai crescer 0,8% em Portugal, sendo que esta diminuição do investimento se deve a três fatores, entre eles “ajuste do mercado após crescimentos de 17,8% e 4,4% em 2021 e 2022 (efeito covid)” e “diminuição das vendas de PC e ‘smartphones’ em 2023. Segundo o responsável, entre 2020 e 2021, essencialmente, registou-se um ciclo de renovação de ‘hardware’ e ‘software’, não só ao nível dos consumidores como das empresas.

“Nessa altura passámos de um modelo de trabalho de 90% presencial para 95% remoto, o que levou as empresas a criar condições para os seus colaboradores trabalharem de casa, bem como aos consumidores que no caso concreto dos alunos tiveram de arranjar dispositivos para ter aulas em casa)”, apontou.

O terceiro fator é o “abrandamento de alguns investimentos devido ao aumento das taxas de juros e incerteza económica”, referiu.

O mercado de tecnologias de informação vai ultrapassar os 5,3 mil milhões de euros este ano.

Em destaque está o ‘cloud computing’, com 855 milhões de euros este ano e um crescimento de 20,6%, o da segurança, com 302 milhões de euros, uma subida de 13,9%.

Já com o ‘big data & analytics’ representará 370 milhões de euros em 2023, um crescimento de 11,3%, enquanto a inteligência artificial (IA) será 92 milhões de euros, um crescimento de 24,6%.

A Internet das Coisas (IoT) corresponderá a 93 milhões de euros, com um aumento de 20,7%, de acordo com a IDC.

Os investimentos diretos em transformação digital “vão registar um crescimento anual médio de 14,5%, no período de 2022 a 2025” e este ano “mais de 70% dos investimentos tecnológicos serão em tecnologias de terceira plataforma”.

“As tecnologias de terceira plataforma são as que deram origem a um novo paradigma tecnológico, que teve início em 2005 — 2008, e que teve como base a introdução do iPhone, que massificou a mobilidade, a introdução de modelos de ‘cloud computing’, que massificou a adoção de soluções tecnológicas, as plataformas sociais, que criaram as comunidades digitais e, consequentemente, o crescimento exponencial da informação, que deu origem ao ‘big data’ e a aceleração da IA”, explicou Gabriel Coimbra.

No caso da IA, “podemos destacar as soluções de IA generativa que podem ser aplicadas à maior parte dos setores e que começam a ser experimentadas pelas empresas. Além disso, com a introdução da tecnologia 5G registámos que as soluções de IoT têm registado um crescimento interessantes, em setores como a indústria, logística e saúde”, concluiu.

Fonte: Portugal Global / Dinheiro Vivo

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