O programa Exportar Online da AICEP já capacitou cerca de seis mil entidades e empresas em mais de 100 ações dedicadas ao e-commerce, revelou ontem o presidente da AICEP, Filipe Santos Costa, na 4.ª edição da Conferência Exportar Online, realizada em Coimbra.
Ter uma estratégia de e-commerce bem delineada é fundamental para o crescimento das empresas exportadoras, defendeu Filipe Santos Costa no evento onde foram abordadas as principais transformações no comércio entre empresas (B2B), as estratégias para aumentar as vendas ao consumidor final (B2C) e também as tendências e previsões para os próximos anos no comércio eletrónico.
“Perante a globalização, que continua a progredir, e num contexto cada vez mais aberto e competitivo, a internacionalização assume-se de cariz fundamental para estimular o crescimento, aumentar a competitividade e criar condições para a sustentabilidade das PME a longo prazo”, sublinhou o novo presidente da AICEP.
A AICEP é também a entidade que gere a medida Internacionalização via E-commerce, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), com uma dotação de 23 milhões de euros para apoiar 1.500 empresas portuguesas entre 2022 e 2025.
“Como podem as empresas, em particular as PME, crescer, ser competitivas e inovadoras, mas ao mesmo tempo cumprir os critérios de exigência dos consumidores e dos mercados? A resposta dos economistas é clara e testada: têm de se internacionalizar, e têm de se internacionalizado pelo e-commerce”, sublinhou o administrador da AICEP, Luís Rebelo de Sousa, na abertura da Conferência Exportar Online.
As compras através de e-commerce representarão em 2023 cerca de 15,5 por cento de todas as compras mundiais, um aumento de 14,6 por cento face a 2022. “O e-commerce já não é o futuro, é o presente e o caminho que temos de percorrer juntos”, concluiu Luís Rebelo de Sousa.
No e-commerce a informação tem de ser transparente e deve ser definida uma estratégia de longo prazo, reforçou Marcelo Silva, CEO e fundador da VR360, empresa especializada em realidade virtual, no debate sobre a adaptação e transformação no comércio B2B.
A adoção de tecnologias é um dos principais desafios para as empresas que apostam no comércio electrónico e há novos caminhos a percorrer com o desenvolvimento da inteligência artificial (IA). “A parte visual e de demonstração do produto está hoje muito mais avançada e permite lutar contra a distância em relação ao consumidor”, salientou Ana Chiappetta, Senior Channel Marketing and Client Success Manager no marketplace Alibaba.
Marco Gouveia, consultor e formador em marketing digital, deu como exemplo a ferramenta de inteligência artificial generativa ChatGPT, que considerou “um colaborador desenhado para fazer o que pedimos”.
“O ChatGPT é apenas um bebé e tudo o que podemos fazer com ele está ainda por vir, de bom e de mau”, acrescentou já numa sessão dedicada às tendências do comércio eletrónico Carla Viana, vice-presidente da Digital Marketers, Associação de Profissionais de Marketing Digital.
Também a Amazon, um dos principais marketplaces com presença global, tem vindo a apoiar as empresas portuguesas com um canal para colocarem os seus produtos e chegarem a muito mais consumidores, sublinhou Tânia Braz, Key Account Manager da Amazon. “A logística é muito importante e sem isso é difícil obter bons resultados”, adiantou.
Com a população mundial a ultrapassar os oito mil milhões de habitantes, o acesso à Internet tem aumentado e já abrange mais de metade das pessoas, lembrou Carla Viana. “Isso é uma grande oportunidade para o negócio das empresas”.
Fonte: AICEP Portugal Global